
Fratura de maléolo medial
EPIDEMIOLOGIA
- A maior incidência de fratura do tornozelo ocorre em mulheres idosas, embora as fraturas do tornozelo geralmente não sejam consideradas fraturas por "fragilidade".
- A maioria das fraturas do tornozelo é formada por fraturas maleolares isoladas, responsáveis por 2/3 das fraturas. (BUCHOLZ; HECKMAN; COURT-BROWN; TORNETTA P et al., 2013)
MECANISMOS CAUSAIS
Alguns padrões de movimentos são responsáveis por fraturas do maléolo medial, em diferentes estágios, dentre os padrões:
- Supinação-adução.
- Supinação-rotação externa.
- Pronação-abdução.
- Pronação-rotação externa. (EGOL; KOVAL; ZUCKERMAN, 2010)

AVALIAÇÃO CLÍNICA
Os pacientes podem apresentar, desde uma claudicação até incapacidade de deambulação, com dor e desconforto significativos, além de edema, sensibilidade e deformidade variáveis.
O estado neurovascular deve ser cuidadosamente documentado e comparado com o do outro lado.
A extensão da lesão dos tecidos moles deve ser avaliada, com atenção particular para possíveis lesões abertas. A qualidade dos tecidos circundantes também deve ser observada. (BUCHOLZ; HECKMAN; COURT-BROWN; TORNETTA P et al., 2013)
TRATAMENTO
As fraturas podem ocorrer em diferentes níveis de maléolo medial e são, por vezes isoladas, mas muitas vezes ocorrem com uma fratura da fíbula, maléolo posterior ou uma lesão nos ligamentos do tornozelo.
Tratamento não-cirúrgico
- Se a fratura não está fora do lugar ou é uma fratura muito baixa, com fragmentos muito pequenos, pode receber tratamento conservador, com utilização de tala gessada. Normalmente, é preciso evitar descarga de peso sobre a perna afetada, por aproximadamente 6 semanas.
- O paciente terá que repetir o raio-X regularmente, para certificar-se de que a fratura não muda de posição. (BUCHOLZ; HECKMAN; COURT-BROWN; TORNETTA P et al., 2013)
Tratamento cirúrgico
- Se a fratura estiver fora do lugar ou o tornozelo estiver "instável", a cirurgia é indicada.
- Ocasionalmente, a cirurgia pode ser considerada mesmo se a fratura não está fora de lugar, para diminuir o risco de não-consolidação.
- A fratura pode sofrer "impactação" da articulação do tornozelo, e exigir assim, enxerto ósseo para reparar a fratura a fim de diminuir qualquer risco de desenvolver mais tarde artrose. (SILVA, 2018)

COMPLICAÇÕES
- Pseudoartrose: rara ao redor do tornozelo. Quando uma se desenvolve, em geral envolve o maléolo medial.
- Consolidação viciosa: O maléolo medial pode consolidar em uma posição alongada, resultando em instabilidade residual. (BUCHOLZ; HECKMAN; COURT-BROWN; TORNETTA P et al., 2013)
CONSOLIDAÇÃO
O tempo de consolidação médio de fraturas de maléolo medial em adultos e crianças, é cerca de 6 semanas. (CAPOZZI, 2010)
REFERÊNCIAS
BUCHOLZ, R. W.; HECKMAN, J.; COURT-BROWN, C.; TORNETTA P, I. et al. Fraturas em adultos de Rockwood & Green. In: :: Manole, 2013.
CAPOZZI, J. D. AAOS Comprehensive Orthopaedic Review (Two-Volume Set and Study Guide). : LWW 2010.
EGOL, K. A.; KOVAL, K. J.; ZUCKERMAN, J. D. Handbook of fractures. Lippincott Williams & Wilkins, 2010. 1605477605.
SILVA, Marcos Britto da. VOCÊ SABE O QUE SÃO FRATURAS MALEOLARES? 2018. Disponível em: https://www.ceot.com.br/noticia/voce-sabe-o-que-sao-fraturas-maleolares. Acesso em: 26 jan. 2021.