Fratura de Torus
CONCEITO
A fratura de indentação (Torus) é definida como uma fratura por compressão de uma cortical óssea, com a cortical oposta intacta, ou seja, ao invés de se romper de um lado a outro, o que se observa é um "amassado" no osso. O periósseo permanece íntegro. São fraturas muito comuns no punho. (HOLLANDA, 2021;YAZAKI; KRIGER; SKAF, 2007)

Este tipo de fratura é mais frequente em crianças e ocorre por trauma de compressão sobretudo na metáfise distal do rádio e, cura sem sequelas em 3 a 4 semanas com suspensão e imobilização leve. Muitas vezes é diagnosticada incorretamente como fratura em galho verde. (SANTANNA, 2019)
Os ossos da criança são menos resistentes mas mais flexíveis que os do adulto, o que ajuda a explicar a existência desse tipo de fratura. As fraturas da metáfise e diáfise da criança englobam microfraturas do lado côncavo da lesão dando apenas um encurvamento; fraturas com ligeiro enrugamento da cortical dando a lesão do tipo torus etc. (WILLIAMSON, 2002)
IMAGIOLOGIA
- Radiografia convencional
É geralmente suficiente para o diagnóstico (CARTY, 2000). São necessárias pelo menos duas incidências perpendiculares da região em causa. Nos ossos longos deve incluir-se a articulação proximal e a distal. Pode ser útil repetir a radiografia nos casos de exame inicial normal e sintomatologia persistente, já que em certas fraturas de stress os sinais radiográficos podem demorar mais de cinco dias a surgir. Pode também ser aconselhável radiografar o membro contra-lateral para valorizar lesões subtis. (MACEDO, 2013)
- Ecografia
Pode ser útil para demonstrar uma discreta elevação do periósseo, avaliar epífises totalmente cartilagíneas, demonstrar derrame articular e avaliar as partes moles locais.
- Tomografia Computorizada
Reservado para áreas anatomicamente complexas em que a radiografia pode ser pouco conclusiva (ex: carpo, tarso, tornozelo).
- Ressonância magnética
Tem aplicação mais limitada, podendo ser útil para avaliar edema medular ósseo (contusão), as epífises cartilagíneas, as estruturas músculo-ligamentares e tendinosas. (MACEDO, 2013)
TRATAMENTO
- Se a fratura for estável, tratar com imobilização, para controle da dor.
- Pode ser aplicados gessos circulares curtos ao invés de imobilizações longas, em algumas fraturas de torus estáveis, como a do rádio distal.
- No caso da região distal da tíbia, fraturas de torus devem ser tratadas com manipulação e imobilização em aparelho gessado pelvipodálico.
CONSOLIDAÇÃO
Geralmente 3 a 4 semanas, por ocorrer em crianças, a recuperação é mais rápida que outras fraturas.
REFERÊNCIAS
CARTY, H. Emergency pediatric radiology. EUROPEAN RADIOLOGY, 10, n. 4, p. 690-690, 2000.
HOLLANDA, João. Fraturas em crianças. Disponível em: https://ortopedistadojoelho.com.br/fraturas-em-criancas/. Acesso em: 26 jan. 2021.
MACEDO, F. Caso radiológico. Nascer e Crescer, 22, p. 261-262, 2013.
SANTANNA, Francisco. Fracturas típicas da criança. 2019. Disponível em: https://pedipedia.org/artigo-profissional/fracturas-tipicas-da-crianca. Acesso em: 26 jan. 2021.
WILLIAMSON, SL. Primary pediatric radiology. 1st Ed. Philadelphia: WB Saunders Company, p. 177-82, 2002.
YAZAKI, C.; KRIGER, J.; SKAF, A. Fraturas do Terço Distal do Antebraço na Criança. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Colégio Brasileiro de Radiologia, p. 8, 2007. Diretrizes.